Este post é o relato do Comandante sobre a ocorrência de eletrólise galvânica aqui na Marina em Monastir.
“Quando partimos de Siracusa, Itália 🇮🇹, em direção à Monastir, Tunísia 🇹🇳, em novembro de 2019, no través de Portopalo pegamos uma rede de pesca ou algo parecido na quilha e rabeta do barco. Senti a velocidade do barco cair de 6,5 para 2 knots. Rumamos para Portopalo onde ancorei e mergulhei para verificar se havia algo preso ou algum dano. Nada, tudo certo. Com a proa novamente para Monastir partimos.
Após nossa chegada em Monastir, era hora das manutenções preventivas e entre elas a troca de óleo do motor e check do óleo da rabeta. Para minha surpresa o óleo da rabeta estava “leitoso” com aspecto esbranquiçado, o que significava que havia água misturada com o óleo. Imaginei que a suposta linha de pesca pudesse ter entrado no eixo da rabeta e danificado os selos de vedação. Como não iríamos navegar pelos próximos meses decidi tirar o barco da água somente no final do inverno para substituir os selos. Bem, no final do inverno veio o Covid-19 e o lockdown. Então após a abertura das fronteiras pela Tunísia, no final de junho, fomos tirar o barco da água para substituir os selos de vedação. Tudo acertado com o estaleiro para subir o barco e deixar ele no travel lift enquanto trocaria os selos, serviço de no máximo uma hora. Para minha surpresa, quando tiramos o barco da água, o problema era muito maior que os selos de vedação. Nos meses em que ficamos parados no pier da Marina, nossa rabeta foi atacada, ou melhor, destruída por um processo chamado eletrolise galvânica. Vejam abaixo as fotos da rabeta em novembro de 2019, quando substituí a borracha interna de vedação e as fotos da rabeta em julho de 2020 aqui na Tunísia.
É muito parecido com a corrosão galvânica, que é causada pelo contato de dois diferentes metais, mas no nosso caso, originado por corrente elétrica. Foi um choque ver o estado em que se encontrava a rabeta após apenas sete meses parado na Marina. Um estrago que certamente nos custaria muito tempo para reparo, já que a disponibilidade de peças de reposição aqui na Tunísia não é tão fácil, além de uma boa quantidade de Euros…. Muita pesquisa na internet para tentar entender o que e porquê aconteceu, pesquisa para tentar encontrar peças a um custo razoável….tudo com a ajuda de amigos velejadores que passaram o inverno junto conosco, pois eles também estavam curiosos para saber a causa do problema, pois ninguém nunca tinha visto um processo deste acontecer tão rápido. Bem, no próximo post o conto o desfecho desta história de terror.” Namastê 🙏🏼
Dia 1.606 morando a bordo na Tunísia 🇹🇳. 15 de agosto de 2020. Monastir, Tunísia, Norte da África.
Problema na rebimboca da parafuseta em águas estrangeiras é algo parecido com terror.
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Poxa gente, nunca vi nada igual. aqui os barcos que são conectados eletricamente ao pier, jogam um anodo conectado a um fio na água, e na outra extremidade conectam ao brandal.Faço votos que encontrem uma rabeta para rápida substituição, pois não dá para navegam nesta situação.
Se possível peço que reportem detalhadamente o ocorrido.
Abçs e espero que resolvam rapidinho,
Marcos
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