Quando decidimos morar a bordo do veleiro Relax, nos foi evidente que o local ideal seria o litoral do Rio de Janeiro. Quando chegamos no ano passado ouvimos muitos dizer que aqui é o nosso “Caribe” e realmente é fantástico. Depois de alguns meses circulando na região de Paraty, já estávamos com muita vontade de voltar para a Ilha Grande e principalmente conhecer tantos lugares que ainda não tivemos a oportunidade de estar. A cada local conhecido faço um “chek ” no guia escrito pelo Helio Magalhães (como já disse anteriormente, o guia é excelente, super usável e indispensável para quem quer navegar nesta região).
Voltamos para a enseada do Sítio Forte, na Praia da Tapera que tanto gostamos. Encontramos o senhor Nalde e a Telma, sempre animados e com muitas histórias para contar e aproveitamos para degustar a conhecida e saborosa lasanha de peixe. Aqui é um misto de Praia e de fazenda. Acorda-se com o canto do galo, com o mugir do gado, com o canto de aves silvestres e das maritacas. A água é muito clara e azul, dá para ver os peixes circulando embaixo do barco. Prato cheio para mim que amo fazer snorkel e standapear. Reencontramos os amigos do Paisano e do Xixagu e conhecemos a tripulação do Allu Maris. Fizemos trilha para Ubatubinha, prainha ao lado da Tapera mas com menos movimento, o Renato fez imagens com o drone, corremos brincamos com a Bella e os dias de sol, mar e mergulho passaram voando. Todos dizem que quando o tempo voa é porquê estamos felizes, ocupados demais em curtir as coisas e nem nos damos conta do tempo.
            
Aliás costumamos dizer que todos os dias são “domingos” por aqui, com exceção dos dias de chuva, que constituem os “sábados”. Sim, a preocupação aqui é bem outra. Nos envolvemos com os amigos muito mais, o comandante monitora a previsão do tempo cautelosamente, pois é somente a partir dela que planejamos qualquer saída. Os velejadores são movidos pela força dos ventos, de nada adianta planejarmos ir, se as condições de tempo não estiverem favoráveis. Da mesma forma marcar dia de chegada, pois só se estará lá se as condições de tempo permitirem. Assim é a vida de quem mora a bordo, rica em amizades, descomplicada é muito saudável em todos os sentidos, mentalmente e fisicamente. Aliás a alimentação também ajuda, pois comer regularmente em casa, digo no barco, acaba agregando mais qualidade de vida. Felizmente de tempos em tempos descartamos alguns remédios que estão vencendo e que não foram usados, até porquê não ficamos doentes desde que estamos morando a bordo, que alegria!!!
Com base no ano passado, 2017 está com clima ligeiramente diferente, estamos em novembro e ainda sopra um vento mais frio que o normal da região, mas o que estamos aguardando mesmo é passarmos o nosso primeiro verão aqui, a bordo do Relax. Nos dizem que é muito quente e que a água do mar fica uma “sopa”, fico só imaginando isso e acho que terei um sério problema de não querer mais sair da água, ainda mais que as espécies se multiplicam neste tempo quente e o mar deve fervilhar de mil peixinhos para se ver mergulhando. Outra coisa que nos dizem muito, é que todos os lugares de ancoragem ficam super lotados e isso trás um outro problema pois alguns velejadores de fim de semana ou de Charters, demonstram falta de conhecimentos básicos de vela, colocando em risco não somente a sua embarcação mas as que estão próximas. Bem estamos ainda na primeira semana de novembro, vamos ver o que nos espera.
Já estamos a dez dias aqui e amanhã sairemos para conhecer alguns locais próximos e hoje a noite jantamos no Paisano e ele manda super bem na cozinha,  o risoto de polvo estava uma delicia!!!! Namastê 🙏🏼
Dias 328 a 338, de 03 a 12 de novembro de 2017, morando a bordo do veleiro Relax, Angra dos Reis, RJ