Dia 121 (20/10/16) quinta 🌥🌞🌧 Saco do Bom Jardim. Hoje priorizamos a Bella, fomos até a prainha do Cantagalo para correr e brincar com ela, pois nos últimos dias se exercitou pouco. Ela adora correr na areia, livre, leve e solta… Mas quando a colocamos no mar ela nada em linha reta para a areia… Sempre assim.
Coloquei mãos à obra e recolhi os plásticos, latas, embalagens, o que mais impacta no visual. O lixo é empilhado e depois queimado, pois não tem recolhimento municipal. O que mais encontramos é copos plásticos, latas de cerveja e refrigerante, fraldas 😱, embalagens de carne à vácuo, havaianas, embalagens tetrapak e uma infinidade de sacolinhas plásticas. É claro que não é agradável mau cheiro proveniente do lixo acondicionado no barco, mas para isso há um oceano de água à disposição para lavagem das embalagens, sacos de carne a vácuo antes de serem guardadas no lixo do barco. Às vezes este fator passa desapercebido e não recebe a atenção necessária por muitas embarcações, o que é uma pena, pois muitos locais não possuem coleta e assim o lixo vai se acumulando pela praia ☹️.
Estou lendo o livro Uma Viagem para Loucos, de Peter Nichols, da biblioteca do Restaurante do Nelson, na Ilha do Cedro, e o parágrafo abaixo chamou minha atenção, pois reforça a necessidade de manter as coisas sempre em ordem no barco, “para que se possa pegar de olhos fechados quando precisar” como diz o Renato.
Página 270. “Como sempre acontece quando o barco sofre grandes alagamentos…. Fazer uma faxina depois de um desastre desse tipo, inicialmente, parece impossível: fica tudo espalhado por toda parte, as coisas só não estão onde deveriam estar, de modo que quando você tenta por alguma coisa em seu lugar, primeiro você tem que tirar o que está lá e então encontrar outro lugar para por aquilo que tirou. “Um lugar para tudo e tudo em seu devido lugar” é como as coisas devem ser num barco que contém mil pequenos itens, cada um encaixado em seu canto ou nicho especial. Perder a ordem pode ser como o horrendo desenrolar de um intrincado quebra-cabeça.”
Voltamos para o Saco do Bom Jardim, abrigado para pernoite e das frequentes ondulações decorrentes das embarcações que passam aceleradas pelo canal. Encontramos o Flavio, do veleiro Shaman, que estava já de saída para a Ilha do Cedro, mas deu tempo de uma rápida conversa 😀. A noite passou tranquila. Namastê 🙏🏼