Quatro meses na Europa a bordo da Pharea – Mar doce Lar.
Como sabem, nós optamos por morar a bordo e completamos no dia 12/08, nossos primeiros quatro meses aqui na Europa, por enquanto só no Mar Adriático, já conhecemos muitos lugares e recebemos a visita de nossos amigos e dindos da Bella, nossa yorkshire, Pádua e Lili, que a trouxeram de Curitiba. Agora nossa tripulação ficou completa e a Bella já se acostumou com o barulho do vento norte daqui. Felizmente tudo deu muito certo e não temos encontrado dificuldades por aqui 😀.
Navegamos toda a costa da Croácia 🇭🇷 e agora estamos no país vizinho, Montenegro 🇲🇪. Nossa ideia, já que teremos todos os outros meses pela frente kkk é ficarmos o tempo de limite do visto de turista em cada país de interesse, fazer o mar Mediterrâneo e depois cruzar o Oceano Atlântico. Assim nos programamos considerando o Tratado de Schengen, quanto ao tempo de permanência e pesquisamos sobre os procedimentos, taxas e locais de ancoragem em cada país e para isso o Renato usa como apoio à decisão o Navionics e o noonsite.com e é claro os ricos contatos pessoais, pegando way points com os velejadores.
Croácia Neste tempo que passamos aqui aprendemos muito, conhecemos um pouco do modo de ser dos Croatas, reparamos em sua estatura, bem maior que a dos brasileiros; percebemos que no comércio, a grande maioria fala uma ou duas línguas (inglês e italiano, geralmente); não nos pareceu ter grande divisão de classes, a pessoa que nos fez um serviço elétrico, por exemplo, é a mesma que encontramos no café ou restaurante que frequentamos; não vimos ninguém pedindo nas ruas, nem favelas e olha que rodamos o país de norte a sul pelas maravilhosas rodovias, entrecortadas por grandes túneis e vimos pequenos povoados mas nada que lembre uma favela. Nos pareceu que as pessoas trabalham muito para obterem seu sustento e estão focadas nisto; pagam um imposto único de 25% que ajuda o país a pagar pela excelente infraestrutura de rodovias, etc… ah e os belíssimos lugares… são muitos e de tirar o fôlego!
Para nós que viemos do novo mundo… chegar aqui e encontrar tanta história, representada por castelos, fortalezas, igrejas e cidades medievais… tal como vimos no Game of Thrones… nos enchem os olhos.
Também a paisagem é fantástica, no inverno vimos as montanhas cobertas de neve, depois elas e suas coníferas secas na cor de cinza…. e finalmente com um verde exuberante na primavera junto a canteiros imensos de tulipas coloridas; e o fator segurança… não ouvimos falar de nenhum caso de roubo, assalto, assassinato ou outras variáveis tão presentes no dia a dia da vida dos brasileiros, isso dá uma paz imensurável. Nos lugares onde estivemos não ouvimos nada de ruim relatado por pessoas que conhecemos em terra ou por velejadores.
Nos chamou a atenção como a mobilidade no mar acontece… uma empresa tem a concessão das balsas e está presente em todo o litoral levando e trazendo pessoas, bens e produtos de consumo o tempo todo, literalmente, deixando as ilhas habitadas interligadas com a cidade no continente. Neste tempo na Croácia o Renato providenciou tudo o que precisávamos no veleiro e também renovou nosso certificado de regularidade para os próximos cinco anos. Nossa bandeira, preferimos, permaneceu Croata 🇭🇷. Encontramos grandes cidades como Rijeka, Zagreb (capital), Zadar, Split, e Dubrovnik, entre outras. As cidades são limpas e os quintais arrumados e enfeitados com pés de oliveira, que muitas das famílias colhem e fazem o azeite de oliva.
No tocante aos ventos predominantes, enfrentamos o Bora, vento Nordeste frio e seco; o Siroco, vento Sudeste, seco e quente com origem no deserto do Saara, que traz poeira ocre com ele; A região do Adriatico caracteriza-se por ventos frequentes. O câmbio nos favorece, 1,00 real = 1,70 kunas. A Croacia está independente desde 1995 e avançou bastante, nossos três meses na Croácia 🇭🇷 nos deixaram com vontade de retornar no próximo ano 😀🇭🇷🇧🇷.
Montenegro Saindo da Croácia, 500 milhas depois, rumamos para Montenegro, estamos descendo o mar Adriatico, aqui encontramos uma outra realidade nas cidades que já conhecemos. O mapa ao lado mostra a ex-Ioguslavia e as cores mostram os países desmembrados.
Até o momento basicamente ficamos nas baías de Tivat, Risan, Kotor e descemos até Bigova, que é uma pequena cidade rodeada por montanhas calcárias que formam belas grutas azuis, que são exploraras pelo turismo.
Vimos muitos turistas de carro da Alemanha 🇩🇪, Sérvia 🇷🇸, Rússia 🇷🇺 , França 🇫🇷, Itália 🇮🇹, etc…, além do turismo de grandes navios que aportam em Kotor quase que diariamente e por vezes dois ou três deles, onde há a mais preservada cidade fortificada do mundo, reconhecida pela UNESCO.
Aqui tivemos finalmente a oportunidade de subir até o topo de uma montanha e fizemos isso em três caminhos diferentes e foi muito gratificante o esforço da subida, passamos por rebanhos de cabras, frutas selvagens e muito suor pois a subida exige kkk queríamos saber como era subir naquelas pedras soltas, onde ao longo da história, tantos já passaram.
O comércio aqui se resume a restaurantes, pekaras (confeitarias com ótimos pães e folhados), uma farmácia pequena por cidade praticamente, posto de combustível, mercadinhos e bancas de jornal e revistas e lojinhas de souvenirs. Não existe propaganda indicando o comércio e geralmente as portas ficam fechadas, se passar rápido pode nem perceber… Encontramos uma ou outra loja que vende utilidades domésticas, por exemplo, mas são raras. No comércio poucas pessoas falam outra língua e por isso as vezes não conseguimos encontrar algo que precisamos e sentimos que o atendimento é mais rude do que na Croácia.
Mas… o relevo é lindo e imponente. Grandes montanhas que guardam segredos desde que o mundo era mundo…. praticamente kkk. A água do mar não é tão clara como nas ilhas da Croácia e as cidades têm problemas com educação ambiental… tem lixo jogado nas praças, nas ruas, no mar, nas estradas… e na periferia de Tivat vimos uma primeira área semelhante a uma favela.
Um ponto positivo é, novamente, os quintais das casas com uma infinidade de árvores frutíferas, quando passamos em frente sentimos o cheiro dos figos, as casas tem parrerais de uva fazendo a cobertura da garagem, nos muros… é sensacional.
Em Tivat há uma grande e luxuosa marina chamada Porto Montenegro e toda a infraestrutura em frente ao mar e junto a marina é luxuosa e com lojas de grife, bons e caros restaurantes, ótimos hotéis…. mas quem transita por lá são apenas os turistas e não os locais. Lá também é local de turismo dos russos e vários outros estrangeiros da Europa, pois tem como grande facilidade um aeroporto a poucos minutos do centro. A moeda aqui é o euro, o que não nos é favorável, antes dividíamos os precos e agora multiplicamos ☹️. Montenegro 🇲🇪 é um jovem país, teve sua independência da Sérvia em 2006. Está bem mais atrasado que a Croácia que teve sua independência da Ioguslavia 11 anos antes.
Bem… rapidamente, foi isso que fizemos nestes quatro meses que estamos aqui… e você o que faria? Namastê 🙏🏼
Dias 604 a 613. Morando a bordo em Kotor, Montenegro 🇲🇪. De 03 a 12 de agosto de 2018.
Nossa como é bom ler tudo isso é poder ter participado um pouquinho dessa vida magica que vcs estão tendo….amados bons ventos sempre para os três ❤️❤️❤️😘😘😘😘
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Amei o relato dos quatro meses a bordo, continuamos aprendendo através dos relatos de vocês.
Um grande abraço e bons ventos…
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É muito gostoso acompanhar seus relatos.
Grande abraço.
Jefferson
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