Tivemos uma semana de muito vento por aqui. Mesmo tendo mudado de ancoragem para estarmos mais protegidos, o vento foi contínuo e as rajadas próximas de 55 knots, mais de 100 quilometros por hora.
Todos os outros barcos também vieram para esta ancoragem para se proteger e o que tivemos foi um vento que entrou de todos os quadrantes, o que tornou impossível estar totalmente protegidos. Ancoramos para ficarmos protegidos dos ventos que viriam de sul e sudoeste e assim quando o vento começou a rodar já era noite e as rajadas com mais de 40 knots, o Renato precisou reposicionar o barco e fizemos isto encarando a chuva forte e o vento que adernava o barco e dificultava para subir a corrente da âncora, sem falar da escuridão e das chicotadas de água trazidas pelo vento.
O Renato tem um conhecimento técnico e prático incrível, sabe dar as respostas certas nas manobras necessárias para manter o barco nas condições difíceis de ventos fortes mas para mim foi uma experiência e tanto. Quando estava na proa recolhendo a corrente para reancorar o visual era assustador, via os outros barcos rodando com o vento, mudando de posição rapidamente e havia um barco amarrado a uma poita que quando a rajada pegava de través (na lateral) dava para ver o fundo do casco de tanto que adernava.
Precisamos reancorar três vezes até finalmente nos sentirmos seguros. Mas em meio aquela chuva e ventania e com o esforço do guincho, decorrente da dificuldade de manter a proa do barco alinhada com o vento, devido as fortes rajadas, a peça que direciona a corrente para descer na caixa de ancora se soltou, tornando mais difícil a operação, pois as vezes a corrente não descia e eu precisava ficar num movimento de vai e vem para poder fazê-la descer. Agora relatando fica bem mais fácil, mas, naquela hora, com chuva e o vento que não dava trégua nos empurrando, o Renato precisou deixar o leme e vir até a proa para identificar o que havia acontecido e me orientar como proceder. Enquanto estávamos reancorando o barco, o bote de apoio que estava amarrado na popa, virou duas vezes, ficando com o motor embaixo da água. O trabalho para desvirar o bote cheio de água e com as rajadas de vento foi exaustivo.
Esta foi minha experiência mais assustadora, mais do que uma noite que passamos ancorados numa pequena enseada na Croácia, cuidando para que o vento não nos arremessasse contra as rochas. O lado bom dessa noite aterrorrizante é que agora me sinto muito mais experiente e menos assustada e vi que ao contrario do que pensava, consigo manter a calma e me manter segura para ajudar o Renato a realizar os procedimentos necessários.
Ficamos na ancoragem quase uma semana, como a chuva era constante não saímos do barco e depois com a previsão indicando a mudança de vento, voltamos para a ancoragem em frente a cidade de Marmaris, ficando mais alguns dias sem sair em função do vento. Felizmente tínhamos suprimento para todos estes dias e achamos algumas atividades para fazer dentro do barco. Eu costurando algumas coisas o Renato fazendo algumas manutenções e assim passamos até podermos sair e ir pra terra.
Nestes dias ficamos muito tristes acompanhando os acontecimentos decorrentes do efeito “la ninã” em vários estados do Brasil, começando pelas chuvas na Bahia e avançando para outros estados. A quantidade de chuva foi surpreendente e evidência que ainda há muito a ser feito para realocar a população para áreas sem risco. Esperamos que haja vontade política para efetivar as ações necessárias quanto à população que está nas áreas de risco. Namastê 🙏🏻🇹🇷
20 de fevereiro de 2022. Morando a bordo do veleiro SV Pharea em Marmaris, Turquia. 🇹🇷
Ihr Lieben, da habt ihr ja einigens durchgemacht. Wir wünschen Euch weiterhin alles Liebe und Gute. Ditmar & Trixi
CurtirCurtir
Good sailors, we hope you will have a good weather now. Have a good time. 😘😘
CurtirCurtir
Olá, aventureiros, isso soa muito excitante😱. Mas o homem cresce em suas tarefassem conhecê-lo😉em segurança. Cuide de você e nos melhores cumprimentos Ute e Bert🥰🤗
CurtirCurtir