Inicialmente não tínhamos planos de conhecer Aígina, mas a previsão do tempo nos trouxe para cá.
Em Aígina (19/09) atracamos na marina pública, jogamos âncora e depois amarramos os dois cabos de popa no pier. Havia um pouco de vento e várias embarcações circulando na área da marina, além dos ferry boats que levantavam marolas, na terceira tentativa ancoramos (37°44.762’N / 23°25.682’E) o Pedron jogou os cabos de popa e o Israel, comandante do veleiro ao lado, desceu e nos ajudou na amarração.
Ele também está dando a volta ao mundo com Iael, sua esposa, e os três filhos, eles são israelenses, muito simpáticos e atenciosos.
A Ilha de Aígina tem vestígio de habitação em 3.500 a.C, na época do cobre. No alto está Kolona, a Acrópole de Aígina (cidade alta) da época onde havia o Templo de Apólo, construído em torno do século VI a.C., em nossos dias a ruína tem um só dos 11 pilares. A cidade alta era protegida com muralhas que datam 3.000 a.C. e que ao longo do tempo foram destruídas cerca de 10 vezes. Hoje ainda restam ruínas de edificações bizantinas da época.
A cidade hoje é uma graça, o pier é em frente aos restaurantes, sorveterias e muitas lojas que vendem pistache, inclusive citando a safra. O sabor é irresistível e ele é usado em muitas receitas além daquela torrada e salgada que conhecemos. Tem em barras com mel, em conserva, molho pesto, biscoitos…. todos maravilhosos… aproveitamos para andar pelas ruelas da cidade e conhecer seus encantos.
Noite tranquila, na manhã seguinte (20/09) entrou um catamarã para atracar no nosso lado e estava levando nosso bote junto. O Renato pediu que aguardasse que ele mudaria o bote para o outro bordo mas o piloto da embarcação continuou avançando e acabaram por se desentender. O piloto saiu xingando e o Renato deu um chega pra lá nele e foi até o escritório da marina informar do ocorrido.
Depois disso saímos e fomos conhecer o templo e museu de Apolo. Andamos pelas ruínas da cidade velha e fotografamos nossos Apólos kkk o museu é bem interessante mostra vasilhames e peças de uso da época.
Ficamos sabendo que hoje, dia 20, é uma data especial para a Simone e o Pedron, comemoram 22 anos de casamento. Eu e a Stela saímos de fininho e fomos comprar duas tiaras de flores e um buquê para entregar a eles que estão de bodas. Foi um linda surpresa, não podíamos deixar passar em branco!
Para comemorar fomos para a Praia de Marathon, paramos num ótimo restaurante com espreguiçadeiras à beira mar e passamos lá o restante deste dia especial.
Quando retornamos no fim do dia lá estava o piloto do catamarã ainda querendo encrenca, dois guardas do Porto passaram e ele os chamou e sugeriu que estávamos irregulares que deviam ver nossos documentos, o Renato mostrou e tudo estava ok. O Grego não parava de implicar e então os guardas deram um chega pra lá nele… disseram ao Renato que abrisse um boletim de ocorrência contra ele, por ter atropelado o bote e batido boca… conclusão ele era o piloto de um barco de charter, muito prepotente e mal educado, deste embrulho todo acabamos tendo o apoio do Israel, do barco ao lado e depois os meninos foram tomar uma vodka com ele e levaram um vinho para retribuir sua ajuda. Em todos estes meses foi o primeira pessoal mal educada e sem nenhum senso de coletivo que encontramos. Totalmente fora do clima de camaradagem que existe entre os velejadores, uma pena. Vamos informar a companhia de charter sobre seu comportamento agressivo e antiprofissional.
Dia 21 pela manhã, deixamos a marina de Aígina e rumamos para um ponto de ancoragem do outro lado da ilha, uma enseadinha chamada Ágia Marina, jogamos âncora (37°44.471’N / 23°32.350’E), os meninos desceram de bote até a cidade e trouxeram um belo pernil de carneiro para um churrasco no almoço. O Pedron preparou com sal grosso e depois pincelou com um molho a base de azeite e ervas, ficou divino.
Tomamos banho de mar e mergulhando dava para ver muito lixo no fundo do mar, garrafas pet, vidros, latinhas etc… uma pena.
A tarde todos nós descemos para conhecer a pequena cidade, que tinha uma rua cheia de lojas de roupas, artesanatos, bijoux, souvenirs, etc… No retorno o mar estava com muita marola e a noite foi horrível, balançou o tempo todo, resultado do vento que havia entrado. Todos aguardavam ansiosos a saída daquele chato balanço. Como a expectativa era ir para Mikonos, o comandante, em função da previsão para os próximos dias, harmonizou para seguirmos para a Ilha de Kythnos, uma antes de Mikonos. Os dias estão passando muito rápido. Em cada parada há muito a conhecer.
A Grécia 🇬🇷 é riquíssima de histórias envolvendo seus deuses e as vezes nem dá tempo para ver e se aprofundar um pouco mais. No barco nossa rotina já está instalada, todos mantém suas coisas no lugar, ajudam nas tarefas e assim tudo fica em ordem rapidinho, optamos por tomar o café da manhã e fazer uma das refeições a bordo e na outra aproveitamos para conhecer a culinária local… sempre regada a muito azeite, tomate, pepinos e pimentões. Estamos em família com muita alegria e harmonia! Namastê 🙏🏼
Dias 652 a 653. Morando a bordo, Ilha Aígina, Mar Egeu, Grécia 🇬🇷. Dia 19 a 21 de setembro de 2018.