No sábado (09) deixamos Zuljana e rumamos para uma ancoragem antes de Dubrovink, nosso Porto de saída da Croácia 🇭🇷. Foram quase oito horas de navegação, cinco com velas abertas e três motorando.
Passamos por lindas encostas com grandes vinhedos e ficamos perplexos de ver como aproveitam tanto um terreno que nos parece totalmente árido, não fosse aqueles vários tons de verde desenhados nas montanhas nos provando o contrário.
Vimos também em nossa primeira tentativa de ancoragem, máquinas abrindo uma encosta e dando forma aos terraços, tal como era feito manualmente há séculos atrás, abrindo novo espaço para cultivo.
Mas esta ancoragem não foi possível em função da profundidade. Aqui praticamente a meia milha da ancoragem já têm isométricas apontando 50 metros de profundidade e velejamos sempre entre 50 e 120 metros. Assim, já estivemos em vários locais abrigados mas que não conseguimos fundear em função da profundidade.
No canal que leva para Dubrovinik, há nas montanhas cataventos eólicos que aproveitam todo o vento sudoeste que passa pela montanha, percorre o canal até o mar aberto e assim, tínhamos que achar outro lugar abrigado no canal. Recorremos novamente ao guia da Costa da Croácia e ao Navionics e identificamos a enseada de Slona.
Uma pequena e cidade, já no continente, a somente 30 km de Dubrovinik.
Totalmente turística: dois grandes hotéis, locação de barcos, Jet-ski, trilhas para bike, canoagem e o mesmo complexo de Marina, Porto, restaurantes e nada de poluição visual de lojas e mercados… as vezes nem conseguimos identificar o local de tão sutil que é sua placa ou indicação… não há distrações aqui com um comércio a cada esquina, ao contrário, nestas cidadezinhas só há hotéis, restaurantes, mercado tipo de conveniência, farmácia e banca de revistas…. uma lojinha ou outra que vende acessórios para a praia… canga, chinelo e sapatilhas de silicone, muito útil por aqui que as praias são de seixos e podem machucar os pés. Como nosso primeiro roteiro que era descer a costa da Croácia 🇭🇷, desde Rijeka (no noroeste) na região de Istria, depois a região da Dalmatia, onde fica também Split e chegar ao sul em Dubrovinik já estava quase se completando… ao final de quase 500 milhas náuticas percorridas, decidimos passar aqui uns dias para descansar e curtir a cidade.
Neste clima de verão e nesta tranquila ancoragem confeccionei a proteção contra os mosquitos, para as gaiútas do salão e das cabines, pois começou a esquentar e eles já começaram a aparecer. Muito simples, com tule branco faço a barra com crochê e as alcunhas para amarrar nos cabos que ficam usualmente no convés, agora já temos proteção.
A medida que os dias de navegação foram passando, comecei a observar os tempos e movimentos, como diria anteriormente em meu ambiente de trabalho, para a navegação com a Pharea e penso que ainda me tornarei uma boa imediata, podendo sentir no rosto a direção do vento e saber dar a ela o que ela as vezes não tão silenciosamente nos pede. Descobrir a Pharea será também uma grande descoberta para mim. Bons ventos. Namastê 🙏🏼
Dia 549, velejando na Croácia, morando a bordo da Pharea. 09 de junho de 2018.